Diferenças entre edições de "Notas de apoio às aulas teóricas"

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Este tipo de equações aparece em sistemas com forças proporcionais à velocidade, como o atrito. A forma geral é:
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Este tipo de equações aparece, por exemplo, em situações em que uma força (tipicamente o atrito) é proporcional à velocidade, tais como a queda de uma gotícula de óleo na [[Experiência de Millikan]]. A equação envolve a primeira derivada, um termo linear e um termo constante, e podemos escrever a seguinte expressão genérica:
  
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    a \frac{df}{dt} = b - cf
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a \frac{df}{dt} = b - cf
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Substituindo \(g(t) = f(t) - \frac{b}{c}\), temos:
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em que \(f \equiv f(t)\) é uma função que só depende de uma variável \(t\) (por exemplo, o tempo) e \(a, b\) e \(c\) são constantes.
  
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Para resolver esta equação, vamos recorrer a uma função auxiliar \(g(t)\) definida como:
    \frac{dg}{dt} = -\frac{c}{a}g
 
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A solução é:
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g(t) = f(t) - \frac{b}{c}
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Se derivarmos esta igualdade verificamos que as derivadas de ambas as funções são iguais:
    g(t) = A e^{-\frac{c}{a}t}
 
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Substituindo de volta em \(f(t)\):
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\frac{dg}{dt} = \frac{df}{dt}
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Inserindo estas duas igualdades na primeira equação, podemos escrevê-la na forma:
    f(t) = \frac{b}{c} + A e^{-\frac{c}{a}t}
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a \frac{dg}{dt} = c \left( \frac{b}{c} - f(t) \right) = -cg(t)
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\implies \frac{dg}{dt} = -\frac{c}{a} g(t)
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A última igualdade apresenta-nos então a questão: qual a função cuja derivada é igual à própria função, multiplicada por uma constante? Não é difícil concluir que é a função exponencial, mais concretamente:
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g(t) = A e^{-\frac{c}{a}t}
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é a solução daquela equação, em que A é uma constante que é necessário introduzir, e que depende das condições iniciais do sistema. Agora que determinámos a solução para g(t), podemos calcular a função f(t) original:
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f(t) = g(t) + \frac{b}{c} = A e^{-\frac{c}{a}t} + \frac{b}{c}
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Para determinar o valor de A, temos que ter alguma informação sobre o sistema. Por exemplo, sabendo que o valor inicial da função f(t) é f(0)=f0, podemos escrever:
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f(0) \equiv f_0 = A + \frac{b}{c} \implies A = f_0 - \frac{b}{c}
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=Resolução de equações diferenciais lineares do segundo grau=
 
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Revisão das 18h09min de 23 de janeiro de 2025

Derivadas parciais

Quando uma função depende de mais do que uma variável, é possível calcular a sua derivada segundo cada uma dessas variáveis. Por exemplo, uma função ff(x,y) que depende das variáveis x e y tem duas derivadas parciais:

  • Derivada parcial segundo x:fx
  • Derivada parcial segundo y:fy

Para calcular cada uma das derivadas parciais, tratam-se as outras variáveis como se fossem uma constante. Note que as derivadas parciais são assinaladas com o símbolo em vez de d.

Exemplos:

  • f(x,y)=x3y2fx=3x2y2,fy=2x3y
  • f(x,y)=eysin(x)fx=eycos(x),fy=eysin(x)

Resolução de equações diferenciais lineares do primeiro grau

Este tipo de equações aparece, por exemplo, em situações em que uma força (tipicamente o atrito) é proporcional à velocidade, tais como a queda de uma gotícula de óleo na Experiência de Millikan. A equação envolve a primeira derivada, um termo linear e um termo constante, e podemos escrever a seguinte expressão genérica:

\[ a \frac{df}{dt} = b - cf \]

em que ff(t) é uma função que só depende de uma variável t (por exemplo, o tempo) e a,b e c são constantes.

Para resolver esta equação, vamos recorrer a uma função auxiliar g(t) definida como:

\[ g(t) = f(t) - \frac{b}{c} \]

Se derivarmos esta igualdade verificamos que as derivadas de ambas as funções são iguais:

\[ \frac{dg}{dt} = \frac{df}{dt} \]

Inserindo estas duas igualdades na primeira equação, podemos escrevê-la na forma:

\[ a \frac{dg}{dt} = c \left( \frac{b}{c} - f(t) \right) = -cg(t) \]

\[ \implies \frac{dg}{dt} = -\frac{c}{a} g(t) \]

A última igualdade apresenta-nos então a questão: qual a função cuja derivada é igual à própria função, multiplicada por uma constante? Não é difícil concluir que é a função exponencial, mais concretamente:

\[ g(t) = A e^{-\frac{c}{a}t} \]

é a solução daquela equação, em que A é uma constante que é necessário introduzir, e que depende das condições iniciais do sistema. Agora que determinámos a solução para g(t), podemos calcular a função f(t) original:

\[ f(t) = g(t) + \frac{b}{c} = A e^{-\frac{c}{a}t} + \frac{b}{c} \]

Para determinar o valor de A, temos que ter alguma informação sobre o sistema. Por exemplo, sabendo que o valor inicial da função f(t) é f(0)=f0, podemos escrever:

\[ f(0) \equiv f_0 = A + \frac{b}{c} \implies A = f_0 - \frac{b}{c} \]

Resolução de equações diferenciais lineares do segundo grau

Este tipo de equações aparece frequentemente em sistemas oscilatórios, como o oscilador harmónico (livre ou com atrito). Na ausência de atrito e de outras forças não conservativas, a equação envolve a segunda derivada e um termo linear do tipo

ad2fdt2+bf=0

em que ff(t) é uma função que só depende de uma variável t (por exemplo, o tempo) e a e b são constantes positivas. Reescrevendo:

d2fdt2=baf

Podemos perguntar: qual é a função cuja segunda derivada é proporcional à própria função, multiplicada por uma constante negativa? As soluções são combinações lineares de seno e cosseno:

f(t)=Asin(bat)+Bcos(bat)

onde A e B são constantes determinadas pelas condições iniciais do sistema (posição inicial, velocidade inicial, etc.). Para simplificar, definimos ω0=ba e reescrevemos:

f(t)=Asin(ω0t)+Bcos(ω0t)

A solução geral pode também ser escrita como:

f(t)=A0sin(ω0t+ϕ0)

\noindent onde A0 é a amplitude, ϕ0 é a fase inicial e ω0 é a frequ\^encia angular, com per\'iodo T0=2πω0.

Exemplos

Para o pêndulo e o sistema massa-mola, temos os seguintes parâmetros:

Pêndulo Massa-mola
Equação diferencial ¨θ=gθ ¨x=kmx
Função f(t) Ângulo θ(t) Posição x(t)
¨f Acel. angular α(t)=¨θ Aceleração a(t)=¨x
a m
b g k
A0 Amplitude máxima θ0 Amplitude máxima A0
ϕ0 (fase inicial) (fase inicial)
ω0 g/ k/m